domingo, 10 de dezembro de 2017

Sedum palmeri

Quando penso num sedum as ideias que me afloram são de uma planta rústica, que se reproduz com muita facilidade. O Sedum palmeri não é excepção.
Pertence à grande família das crassulaceas e é originário do México. O nome palmeri não lhe advém de nenhuma característica da planta, mas antes de um botânico de nome Palmer.
Como a maioria dos seduns cresce bem entre as rochas, de preferência em pleno sol, suportando também alguma sombra. As condições a que é sujeito dá origem a plantas bastante diferenciadas quer na forma das rosáceas quer na própria cor o que leva muitas pessoas a pensarem que se trata de espécies diferentes.
Pela minha experiência com esta planta sou levado a pensar que para além da quantidade de luz e da água da rega, é de extrema importância a idade da planta planta a forma e coloração das folhas. Para esta planta, quanto mais sol melhor. Em termos de rega, é muito resistente à seca e por isso não precisa de cuidados especiais quando comparado com outras seculentas. Quando falo em idade da planta estou-me a referir à instalação e crescimento do sedum no vaso.
Quando a planta é colocada num substrato novo e cresce rapidamente, dando origem a cales frágeis e rosáceas verde mais escuras com longas folhas. Com o passar do tempo (anos) os caules vão ganhando consistência e as rosáceas vão diminuindo de tamanho e ficam com uma cor verde/amarelada, muito mais bonitas na minha opinião. Quando o vaso está todo ocupado, o Sedum palmeri torna-se mais elegante e bonito.

A melhor forma para propagar este sedum é através de um caule com duas ou três rosáceas. Enraíza com muita facilidade e não devemos ficar surpreendidos se ao crescer se afasta muito daqui-lo que plantámos.
Mas há mais duas características que me fazem gostar muito desta planta: a cor avermelhada que ganha no inverno e a sua resistência ao frio, para não dizer ao gelo.
No Outono as rosáceas começam a ganhar algumas folhas avermelhadas que podem atingir um vermelho intenso. Esta tonalidade só é adquirida pelas plantas mais velhas, com as rosáceas mais pequenas. tem tendência para pender dos vasos, fazendo arranjos de forma e cor bastante bonitos.
Estes sedum aguentam o inverno transmontano, que pode ser de várias semanas de geada, neve ou sincelo! É muito vezes colocado ao lado das janelas, muito exposto a quaisquer condições atmosféricas. É seguramente das suculentas mais resistentes ao frio, de todas as que conheço.

A floração ocorre na Primavera/Verão. A plante cobre-se de hastes florais cheias de flores amarelas. Dura muito tempo, tanto que por vezes corto as flores antes de elas secarem.
É uma planta que comendo, tanto para principiantes como para jardineiros mais conhecedores. Esta planta nunca nos vai ficar mal. É pouco exigente e está bonita todo o ano sejam quais forem as condições atmosféricas e de solo.

Nome Científico: Sedum palmeri
Origem: México
Família: Crassulaceae
Categoria: Suculentas, Perenes
Exposição: Sol pleno, meio-sol, sombra
Ciclo de vida: Perene
Cor das flores: Amarela
Floração: Primavera/Verão

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domingo, 26 de novembro de 2017

Sedeveria Letizia

A Sedeveria Letizia é uma daquelas suculentas que quando a vemos pela primeira vez, cativa-nos de imediato.
As suas rosáceas são compactas, pequenas e delicadas. Consoante a exposição ao sol e a estação do ano pode adquirir tonalidades diferentes do verde (verão) ao vermelho (inverno).
Foi criada através do cruzamento de duas espécies: um Sedum (Sedum cuspidatum) e uma Echeveria (Echeveria setosa v. ciliata). Daí a designação Sedeveria.
Cresce com facilidade desde a primavera até ao outono, lançando novas rosáceas e é fácil de reproduzir através das folhas. Deve ser mantida a meio sol ou sol pleno, suportando baixas temperaturas, incluindo negativas (-4º). Não necessita cuidados especiais em termos de rega, podendo ser regada uma vez por semana em pleno verão (dependendo do substrato).
A floração ocorre na primavera. A haste floral é curta, quando comparada com a de muitas echeverias e seduns, as flores brancas, delicadas e de grande duração.

Nome Científico: Sedeveria 'Letizia'
Origem: Sedum cuspidatum X Echeveria setosa var. ciliata
Família: Crassulaceae
Categoria: Suculentas, Perenes
Exposição: Sol pleno, meio-sol
Ciclo de vida: Perene
Cor das flores: Branca
Floração: Primavera

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domingo, 19 de novembro de 2017

Faucaria tigrina

A espécie Faucaria tigrina foi escolhida como Espécie da Semana pelo seu aspeto, algo invulgar, mas, principalmente porque se encontra em flor no mês novembro.
A minha experiência com esta espécie, ou mesmo com este género, é muito pouca. Possuo uma única planta, pequena, que ainda não consegui (nem tentei) reproduzir.
As primeiras fotografias que vi da planta chamaram-me de imediato à atenção. Não é por acaso que se chama tigrina. As suas folhas são triangulares, muito carnudas e fazem lembrar a boca de um tigre, de um crocodilo, ou de um tubarão.
O seu aspeto pode levar alguns distraídos a olharem para a planta como um cato, mas não é, pertence à grande família das Aizoaceae, juntamente com os conhecidos Lithops, a Aptenia cordifolia, a Corpuscularia lehmannii, entre muitos outros.
É originária da África do Sul, onde prospera em solos arenosos, ligeiramente ácidos. Desenvolve-se bem em pleno sol, com regas moderadas.
A floração ocorre no outono. As suas flores são amarelas, grandes, vistosas e atraem muitas abelhas. A flor abre perto do final de manhã e mantém-se aberta até ao fim do dia, fechando durante a noite.
Encontrei a planta que tenho à venda num viveiro em Vila Real. Era muito pequena e tinha três flores secas, espetadas com palitos nas suas folhas. Não resisti ao seu charme (e estava a ser torturada), comprei-a por cerca de 1,5€.
O seu crescimento é lento, mas durante o verão foi-se desenvolvendo e em setembro surgiu a primeira flor. Após essa vieram mais. Agora já é fácil encontrar os botões para as próximas flores.
A reprodução da planta faz-se por divisão da touceira, ou por sementeira, mas estou à espera que a planta se desenvolva um pouco mais, antes de proceder à sua divisão (não é fácil ver as sementes!).
Com a seleção da planta como Planta da Semana comecei a investigar um pouco mais sobre esta espécie. A planta que eu possuo pode muito bem não ser uma Faucaria tigrina. Ao longo desta semana inclinei-me mais para a classificar como Faucaria felina subsp. tuberculosa. As semelhanças entre todas as espécies do género Faucaria são imensas. Não admira que mesmo os especialistas sintam dificuldade em as classificar. O número de espécies reconhecidas tem vindo a diminuir, com junção das mesmas.
Independentemente da cor, que pode variar com mais ou menos sol (a minha passou todo o verão ao sol e continua completamente verde) noto variações na rugosidade das folhas, quer no interior, quer mo exterior. A Faucarea tigrina parece-me mais lisa e uniforme, comparada com a planta que tenho.
Embora possa parecer que todas as espécies têm as flores semelhantes a lampranthus amarelos, encontrei na internet algumas fotografias de plantas com flores brancas (Faucaria candida), não sei se fruto da interversão humana ou se existe mesmo na natureza.

Nome Científico: Faucaria tigrina
Nomes Populares: Faucária , Boca-de-tigre
Família: Aizoaceae
Categoria: Suculentas, Flores Perenes
Clima: Árido, Semi-árido (B), Subtropical, Tropical, Tropical de altitude.
Origem: África do Sul
Luminosidade: Meia-sombra, Pleno Sol.
Floração: Outono
Ciclo de vida: Perene

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domingo, 12 de novembro de 2017

Cato-do-Natal

É frequente ouvir pessoas a chamarem cato a esta ou aquela planta, apenas por se tratar de suculentas, mas este é mesmo um cato, embora não pareça, nem no aspecto, nem no habitat, nem no tratamento que necessita.
Trata-se de um cato epífito, quer isto dizer que se utiliza de outras plantas, que lhe servem de suporte, sem delas tirar outro proveito que não seja a de apoio. Esta característica é bem conhecida de algumas orquídeas. Não tem espinhos e o seu caule é constituído por artículos, que podem ser separados para a obtenção de novas plantas.
 É natural do Brasil, onde prospera numa pequena área de floresta tropical. No hemisfério sul floresce em maio, pelo que é conhecido por também por flor-de-maio.
Há género tem seis espécies, mas muitas das plantas comercializadas são obtidas a partir de quatro delas, por hibridação. 
Não se trata de um habitual cacto de zonas áridas habituado ao sol intenso e à secura. Prospera melhor à sombra, ou apanhando uma pequena quantidade de sol directo.  Precisa de níveis altos de humidade, com temperaturas entre os 10 graus de inverno e os 30 de verão.
É sensível às mudanças bruscas de ambiente e quando é comprado com botões florais, pode abortar a floração quando é colocado em casa (já me aconteceu). O ambiente fresco pode prolongar a floração, que se pode estender de outubro a fevereiro.
Dadas as características de que necessita, bastante diferentes da maioria dos cactos e de muitas suculentas, pode não ser boa opção partilhar o vaso com elas. 
Após a floração a planta entra num período de repouso. A floração é é esgotante para a planta.
Das várias plantas que possuo, apenas uma está florida neste momento (12 de nov.2017). Oportunamente partilharei mais fotografias desta espécie.

Nome Científico: Schlumbergera truncata
Nomes Populares: Flor-de-maio, Cacto-da-páscoa, Cacto-de-natal, Flor-de-seda
Família: Cactaceae
Categoria: Cactos e Suculentas, Flores Perenes
Clima: Oceânico, Subtropical, Tropical
Origem: América do Sul, Brasil
Altura: 0.1 a 0.3 metros
Luminosidade: Meia Sombra
Ciclo de Vida: Perene

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terça-feira, 7 de novembro de 2017

Novembro chegou

Novembro chegou e com ele vieram as primeiras chuvas, muito desejadas, que provocaram nas plantas e nos animais alterações significativas.
O verão, que se prolongou pelo outono, e que ainda se continua a mostrar, teve um grande impacto no jardim na horta.
As plantas que mais apreciaram o tempo quente foram as plantas suculentas. A maioria delas cresceu muito, reproduziu-se, com as técnicas que fui aplicando e floriu, embora em grande parte delas não é na flor que está a beleza. O calor tardio provocou florações esporádicas nalguns catos que tradicionalmente florescem na primavera. As elevadas echeverias  também não pararam de florir. As “Black Prince” ainda não têm as suas flores completamente abertas.
A flor-de-maio, imagine-se, entrou em floração. Não, não foi anomalia do clima. A planta recebe o nome por causa da época de floração no Brasil, em Portugal ela chama-se flor-de-outubro. Dos vários vasos do jardim, apenas um tem as flores completamente abertas, mas vão abrir até ao fim do mês.
Com as noites frias a chegar começo a preocupar-me com a proteção das suculentas no inverno. São centenas de vasos que é necessário proteger da geada e ainda não sei bem o que fazer. O pior não são os vasos… são algumas suculentas do jardim e das floreiras que sei de antemão que não vão suportar o inverno. Arranco-as?
O Golias (cachorro) anda com apetite para as suculentas e algumas foram colocadas em lugares altos onde ele não consegue chegar.
Alegria chegou a churrasqueira. O travesso (canária x pintassilgo) voltou a cantar. Só ele já faz a festa quando solta o seu afinado canto! Mas também os canários já cantam na plenitude. A época da muda da pena terminou e mesmo os canários jovens já cantam mais de que os seus pulmões permitem. Não faltam folhas de couve na horta para os animar.
Também na proteção da churrasqueira floriram os cyclamens. As condições têm sido favoráveis. As costelas-de -Adão também têm crescido bem. Os calanchoes parecem couves tronchudas!  Com exceção de dois comprados recentemente, nenhum floriu. São quase meia dezena de plantas, grandes, que vou ter de proteger do frio.
No jardim principal as flores são cada vez menos. As petúnias quase acabaram, restam algumas dálias e verbenas. Um belo crisântemo veio dar um toque de cor e lembrar que é novembro, mês de finados.
Há no jardim meia dúzia de crisântemos mas só um cresceu bem. Estou a apostar neles porque me parece que resistem bem ao sol pleno e ao calor que as paredes irradiam. Outras plantas têm tido dificuldade neste local.

Por todo lado nascem pequenas plantulas que as chuvas vieram despertar. Há que deixá-las crescer um pouco para fazer a triagem das ervas daninhas. Apenas os amores-perfeitos são perfeitamente identificáveis, mas,  cá para mim,  deve haver verbenas, gazânias, esporas e, quem sabe,  equinácias naquela confusão de pequenas plantas.
Os bolos de outono já estão na terra. As frésias e os exparáxis já cresceram bastante, mas os seus bolos ficaram permanentemente no jardim. Há mais uma ou duas espécies de bobos que brotou, mas que ainda não identifiquei. As açucenas também se mostraram.
No canteiro do passeio as begónias estão a morrer. O colorido é dado por perpétuas que ainda não pararam de florir e artemísia.
Há um lisanto (fantástico) florido e uma prímula. É neste canteiro que nascem a maior parte dos amores-perfeitos. No canteiro destinado aos arbustos (Canteiro dos Arbustos) as novidades são poucas. A maior foi ver a beladona a rebentar, depois de ter passado todo o setembro à espera de uma flor, que não chegou. O alecrim florido tem a companhia das últimas petúnias, rosas e verbenas. Destaca-se pelo crescimento a oliveira e o jasmim, que já percorreu metade do arco metálico que o suporta. Duas zínias, transplantadas tardiamente para aqui, estão muito bonitas. As calêndulas e as alfazemas foram cortadas. Estão com a folhagem bonita e prometem flores.
As estacas de roseiras estão a mostrar as últimas flores. A taxa de sucesso foi elevada e foram identificadas algumas estacas que produzem flores muito bonitas e perfeitas. Ainda não sei o que fazer com mais de 50 roseiras que surgiram nas estacas. As árvores de fruto não gostaram do verão seco e longo. Só o pessegueiro se desenvolveu bem e deu alguns frutos. O facto de ter o solo todo ocupado com outras culturas hortícolas também pode ter contribuído para o fraco desenvolvimento das árvores.
É na horta que estão a maioria das dálias e crisântemos. As dálias foram a alegria da casa durante meses, mas estão a terminar. Os crisântemos foram desbastados porque as suas flores foram usadas para compor os jazigos dos ante queridos. Restam em flor alguns copos-de-leite, a que costumo chamar jarros. Na horta estão a produzir bem os pimenteiros, beringelas, piripíri e alguns tomateiros (plantados mais tarde).
As couves (brócolos, tronchuda, galega e lombarda) estão bonitas, grandes, mas atrasadas em relação ao ano anterior. Ainda há alguns feijoeiros, mas, este ano esta cultura foi um desastre. Tem sido uma luta constante a perseguição a piolhos e lagartas, sem o recurso a químicos.
A produção de nabiças tem corrido bem (apenas possível com regas constantes). Já fiz a sementeira por duas vezes e estou prestes a fazer a terceira. Semeio sempre à volta de 6m2 de terreno. Têm nascido bem e são consumidas com regularidade (mesmo sem alheiras). Há algumas acelgas já bonitas à espera de serem utilizadas. Vai ser a primeira experiência com esta planta.
As ervas aromáticas estão bonitas. Após um corte, a hortelã, a cidreira, a salva e a hortelã-pimenta estão cheias de folhas novas, tenras, e saborosas. Cortei as hastes florais do manjericão, não sei se vai manter. Arranquei o tomilho, ma já transplantei duas ou três plantas novas que nasceram espontaneamente, para o substituir.
Nas plantas de interior não há grandes alterações. Algumas orquídeas continuam à procura do seu espaço.
A peperómia está a crescer bem no local que a ficus rejeitou. Em termos de novas aquisições as compras foram poucas: dois catos e uma hebe (Hebe topiaria), todos ainda muito pequenos. No dia 1 de novembro numa deslocação a Brunhoso vim de lá carregado de estacas, plantas jovens e sementes. Não é altura ideal para fazer novas apostas, mas tudo foi colocado no jardim e cuidado com carinho. Se tiver sucesso delas darei conhecimento, no contrário, voltarei a tentar lá para o início da primavera.

domingo, 22 de janeiro de 2017