sábado, 6 de janeiro de 2018

Dezembro

Dezembro chegou, com pouca chuva e com temperaturas muito mais amenas do que no ano anterior. De qualquer forma, há um nervoso miudinho no ar e não consigo dormir descansado com as suculentas sujeitas ao sabor da sorte. Fui seleccionando aquelas que me parecem mais sensíveis e coloquei-as num local mais abrigado.
Os efeitos do frio ainda são poucos, apenas são visíveis nalguns que elenco Kalanchoes. Os Ciclames estão floridos e fazem a alegria da churrasqueira. Têm muitas mais flores do que no ano anterior. Também os catos do Natal (Schlumbergera) estão em flor. Têm cores variadas mas alguns foram comprados recentemente. Muitas vezes quando mudam de ambiente abortam a floração, acando os botões por caírem sem abrirem completamente.
No interior as coisas não têm corrido nada bem. A língua de sogra  começou a manifestar sintomas de doença. Possivelmente é excesso de rega. Apenas é regada uma vez por semana, mas estou em crer que, mesmo assim, é em demasia. Cortei algumas folhas em pedaços na tentativa de que ganhem raiz. Dois arranjos de suculentas que mudei para o interior rapidamente cresceram frágeis e sem cor. Decididamente estas plantas dão-se muito mal com pouca luz.
Os Kalanchoes estão todos prestes a florir! São plantas que apenas florescem quando os dias são curtos. Estiveram sempre na churrasqueira, que é aberta, onde há luz, mas também se sente o frio. A experiência do ano anterior não é nada tranquilizadora, mas vou mantê-los no mesmo local, talvez aguentem o inverno. As calêndulas, juntamente com os amores-perfeitos são a alegria do jardim. São as únicas plantas em plena floração nesta época do ano. O jasmin já mostra sinais de ter sido afetado pela geada. Os morangueiro estão cheios de flores e de morangos, mas já não amadurecem. Até as aves que deles se alimentavam devem ter arranjado uma alternativa, porque não têm aparecido.
As nabiças, da terceira sementeira, nasceram bem, mas crescem muito pouco. Todas as couves caíram  com os fortes ventos que se fizeram sentir já por duas vezes. Coloquei-lhes estacas, mas estão em situação delicada. Felizmente o solo já tem humidade e as couves são excelentes sobreviventes. As tronchudas não formaram grandes repolhos, mas, mesmo assim vão servir para o Natal.
O quebra-vento que ergui a meio das fruteiras não aguentou o vento. A terra ainda estava fresca, as estacas eram pouco profundas e possivelmente o vento foi forte. Reforcei a estrutura com mais estacas.
Há algumas, poucas,  roseiras que estão ainda em flor. Procedi já à poda de um grupo delas, aquelas que já não tinham folhas verdes, mas outro grupo ainda ficou.
Retirei todo o revestimento de pedras da taça de suculentas à entrada da casa. Numa primeira faze as pedras ficam bonitas, talvez até ajudem a manter a humidade, mas também me parece que no pico do verão as pedrinhas fiquem demasiado quentes para as plantas. O Sedum luteoviride está bastante avermelhado e bonito. No geral, os semprevivos parecem estar a apreciar o tempo mais fresco e húmido. Estão mais verdes e estão a abrir. Sou levado a pensar que de verão não os devo expor tanto. O seu crescimento quase parou.
Nasceu uma grande quantidade de amores-perfeitos em todos os canteiros. O resultado da fecundação curzada deu origem a cores e tamanhos completamente novos. Os amores-perfeitos azuis, pequenos, que aguentaram em flor todo o verão, praticamente desapareceram. Estou a espalhar plantas desta espécie por todos os espaços vazios. Não consigo arrancar as pequenas plantas e deitá-las fora, por isso, ficam todos.
A Hydrangea já não tem folhas. Limpei alguns rebentos do ano anterior que espetei em vários locais. Apesar de inicialmente não ter apostado nesta espécie, a única planta existente tem-se portado bem e estou a tentar conseguir mais plantas.
Cortei todos os crisântemos e aproveitei para mudar alguns de local. Já começavam a deitar novos rebentos na base e pareceu-me a melhor altura para os mudar, apesar de alguns ainda terem flores. Também procedi à limpeza de todas as dálias. Estou a pensar também mudar algumas de local, mas essa mudança ainda não foi feita.
Durante o mês de dezembro a frente da casa teve algum brilho extra, com iluminação de Natal e alguns arranjos de cedro e medronheiro. Os medronhos duraram pouco, as aves rapidamente os descobriram.
Os bolbos de inverno já começam a despontar da terra: narcisos, tulipas, crocus, jacintos, frésias e esparáxis. A cor mais bonita do outono está nos berberis, com vários tons de laranja e vermelho. As prímulas e as margaridas-do-cabo dão também algum colorido ao jardim. São duas espécies que também espero tornar mais representativas no jardim. Durante o mês de dezembro plantei duas novas prímulas.
Procedi à limpeza do alecrim. Está florido, mas tem um crescimento desmedido, invadindo espaço que não lhe pertence.
Na horta plantei cebolas de inverno e alhos.