O mês de novembro é um mês de outono por excelência, já não é verão, mas o inverno tarda a chegar e só agora nos últimos dias começamos a sentir realmente um fresquinho na cara de cada vez que saímos à rua.
O que carateriza mais este mês na minha horta/jardim é a limpeza. As árvores, roseiras e videiras perdem as suas folhas e eu apanho cada uma delas. Tenho colegas que têm um jardim sem árvores, tudo porque não querem a “sujeira” que o outono traz. Eu gosto das folhas mortas. Aproveito tudo o que posso. Sei que assim é matéria orgânica que vai voltar à terra para alimentar as plantas na primavera/verão.
As folhas pintadas de vermelho fazem um bonito quadro. Apesar de só ter uma árvore de cada espécie, a cerejeira decorativa (Prunus serrulata), o pessegueiro e o diospireiro competiram entre si para ver quem ficava mais bonito. Apesar dos frutos no diospireiro, acho que ganhou a Cerejeira. Pela cor e pela consistência das folhas coloridas, foram também as escolhidas para o arranjo de outono que a esposa fez com os seus alunos na escola.
No jardim não houve flores novas. As gazânias têm flores que não abrem por falta de sol. Resistem algumas dálias, bocas de lobo e rosas, que se esforçam por abrir, já com muita dificuldade. Ao apanhar as folhas secas deparei-me com uma pequena planta com duas flores. Trata-se de planta flor-de-charuto (Cuphea ígnea) que plantei muito pequena no início da primavera e nunca mais reparei nela. É bastante curiosa. Espero que cresça, porque mal tive condições para tirar uma fotografia de tão pequena que é.
Este é o mês dos crisântemos. Não floriram a tempo para o Dia do Fiéis Defuntos e tivemos necessidade de comprar alguns. Os do jardim, só agora no final de novembro, é que estão em plena floração.
Em novembro são de destacar também as bagas de alguns arbustos: cotoneaster e azevinho. As aves já terminaram de comer as pequenas maçãs que deixei para elas na macieira, mas agora estão a comer-me as couves de penca. Não estou muito satisfeito.
A espécie que está cada vez mais bonita é a Margarida-do-Cabo (Osteospermum ecklonis). Apreciam o frio e têm cada vez mais flores. As variedades mais invulgares foram desaparecendo, mas as que restam propagam-se sozinhas por sementes. Acho que vou aproveitar algumas das plantas que nascem. Costumo fazer a propagação por estaca, no verão, mas a taxa de sucesso não é boa.
Ainda não podei as roseiras. Recolho as folhas que caiem e aprecio as poucas rosas que vão resistindo.
Na horta o frio dos últimos dias do mês veio acabar de repente com algumas culturas que ainda resistiam. Ainda tenho tomates, mas as plantas não aguentam mais o frio. Os pimenteiros e as malaguetas também se foram abaixo de repente. Já estava à espera, mas não tive coragem de arrancar as plantas ainda com frutos. Mantenho cenouras e alho francês.
Também fiz uma limpeza nas ervas aromáticas. Por norma, quando tenho em excesso, dou, mas desta vez já não estavam com o melhor aspeto e lá tive de cortar salva, hortelã e cidreira para a compostagem. Já tenho muita seca e como há sempre verde, não se gasta.
Ainda não colhi os diospiros. A planta já não tem folhas, mas os frutos ficam bonitos na árvore despida. Tenho andado a comer alguns que me deram e logo que terminem apanharei os meus. Já estão doces, bem sei, já provei.
A tangerineira já tem os frutos bem coloridos. Já comi uma tangerina. Apesar de já estarem docinhas, vou deixá-las mais algum tempo. É a primeira produção!
Novembro é o meu pior mês, no que toca às suculentas. Já sei que a maioria não aguentaria o inverno se as deixasse sem proteção. Fui adaptando a churrasqueira para as proteger, mas à medida que foram aumentando o espaço não é suficiente. É doloroso escolher quias é que vão passar dezembro/ janeiro protegidas e quais vão ter que suportar as baixas temperaturas que se vão fazer sentir.
Já ouvi milhares de pessoas a dizerem que deixam as suas suculentas ao tempo, que não protegem nada! Mas também já ouvi muitas a dizerem, perdi quase tudo, vou ter que começar de novo, vou desistir. Eu gosto mesmo de cada uma das minhas plantas e faço tudo o que posso apara que elas não morram.
A solução que muitas pessoas adotam é a manta-térmica. Decidi meter na churrasqueira todas as plantas possíveis e tentar proteger mais algumas com a manta-térmica. Comprei 20 metros, que rapidamente gastei! Foi difícil juntar as plantas de forma a cobrir o maior número possível. Tem feito muito frio e muito vento, o que me dificultou a tarefa. Na primeira noite a manta-térmica rasgou-se em vários locais. Houve vasos tombados e plantas partidas. Não foi animador. Só ainda passaram dois dias. Vamos esperar, para mais tarde fazer um balanço.
Ao mudar os vasos verifiquei que algumas plantas já tinham marcas do frio, principalmente os Kalanchoe. São muito sensíveis. Nos Sedum, Crassula, e Echeveria não notei nada. As minhas suculentas estão muito bonitas. Este ano tive um contratempo, uma grande queda de ganizo. Levaram todo o verão a recuperar, mas agora estão bem. Espero que aguentem o inverno, quer o frio, quer a pouca luz que vão ter.
Novembro é o um mês bom para os Aeonium. Tive algumas baixas durante o verão, mas as rosáceas que plantei estão agora bonitas, já formaram uma planta. Tenho andado a multiplicar as Greenovia. Algumas já estão com raízes e a cresceram, mas quase todos os dias faço novas plantações. São das minhas plantas preferidas.
Alguns do Schlumbergera truncata (cato-do-Natal) já floriram. É uma alegria de cor. Primeiros os vermelhos, depois os brancos e estão quase a abrir os fúcsia. Tenho outras plantas que só abrirão lá para janeiro. Não se percebe bem porquê. Tenho mesmo um vaso em que metade já floriu e a outra metade vai florir em janeiro!
Comprei alguns bolbos para reforçar os que já tinha; Ornithogalum dubium (amarelo e laranja), algumas tulipas e gladíolos pequenos. Os gladíolos crescem todos os anos. Tenho muitos bolbos para plantar, apesar de já não saber onde os plantar.
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