sábado, 15 de julho de 2023

O Aeonium que só queria florir

Tenho aqui estas fotografias guardadas para vos contar uma "história", já há bastante tempo, mas como ela não se escreve sozinha, lá terá que ser. Se tivesse que escrever um título ele seria "O Aeonium que só queria florir".
Todos sabem dos perigos que tem a floração dos Aeonium. Quando florescem todas as rosáceas, é complicado, quase sempre significa um adeus definitivo.
Tratou-se de um Aeonium Mardi Gras, o primeiro que tive, comprado à Felisberta Marques e criado com muito carinho. Depois de alguns anos comigo notei que as rosáceas estavam a dar origem a folhas mais curtas e compactas. A desconfiança chegou a certeza pouco tempo depois, ambas as rosáceas preparavam-se para florir.
Tenho ouvido falar em soluções de sucesso, mas são casos esporádicos, tão pontuais que não sabemos se resultam do saber, se da sorte, se da providência divina. Estou a falar da reprodução por folha e da decapitação. A reprodução por folha é possível com Aeonium, eu próprio já tive casos de sucesso, mas em espécies de folhas mais suculentas e/ou lenhosas. Coloquei esta opção imediatamente de lado. Restou-me a decapitação.
Como tenho alguma formação em Ciências Naturais, decidi misturar a necessidade com ou pouco de método experimental. Foram decapitadas as duas rosáceas, mas uma deixando algumas folhas e outra sem folhas (ambas estavam na mesma planta). Uma das rosáceas cortadas foi plantada num vaso, outra foi decapitada de novo ficando a posterior, com algumas folhas, e a superior com o centro da rosácea. A parte posterior foi plantada num vaso, a extremidade foi colocada em copo com água. Fiquei, assim, com 5 variações do mesmo Aeonium. Seria muito mau se nenhuma tivesse sucesso!
1 - Planta original, decapitada, sem folhas;
2 - Planta original, decapitada, com folhas;
3 - Rosácea decapitada, plantada num vaso;
4 - Rosácea decapitada, em água;
5 - Troço do caule, com folhas, plantado em vaso.
Ainda está a ler? 😁 Gosta muito de suculentas ou já teria posto um like e passado à frente.
Só restava esperar... Nenhuma das amostras morreu! Todas continuaram a crescer, com exceção de uma (qual?). O meu entusiasmo crescia com elas.
Adianto já... amostra que nunca cresceu foi o tronco da decapitação que foi deixado sem folhas. Mesmo agora não está morto, mas não estou à espera de alterações com o calor que faz.
Acho que está a torcer pelo sucesso da amostra 2, caule original que foi deixado com folhas. Começou a ganhar um bom conjunto de rebentos e eu iria ter mais de meia dúzia de rosetas. À medida que cresciam o meu entusiasmo foi diminuindo. Estava claro que eram flores. Deixei a floração seguir o seu rumo, não havia mais nada a fazer. Quando a floração terminou cortei as flores, nova decapitação, mas novas flores surgiram. Fiz uma decapitação mais radical, por baixo das folhas e a planta deixou de florir, mas não morreu, nem lançou novas folhas.
Ainda me restavam mais três hipóteses de sucesso. Tratei estas amostras com mais cuidado, não as expondo demasiado ao sol. Todas continuavam a crescer, embora algo estioladas, mas a esperança mantinha-se; a falta de sol poderia inibir a floração.
Com o tempo fui perdendo a esperança. Como habitualmente faço, comecei a aproveitar os vasos para plantar outras espécies. Quando uma plantação me oferece poucas hipóteses de sucesso, aproveito para plantar outras amostras em redor. Não é falta de valorização, é uma necessidade de quem luta constantemente com falta de espaço.
Abreviando. Ambas as amostras plantadas em vaso (pedaço de caule e rosácea do Aeonium) floriram. Como estavam à sombra, a floração foi fraca.
A 5.ª e última amostra encontrava-se em água. Não morreu, mas num milagre que só a natureza consegue... floriu também!
A natureza seguiu o seu caminho. Eu repito muitas vezes, "as plantas não sabem que nós existimos". Não podemos pensar a sua vida colocando-nos no centro. São elas que estão no centro e esta só queria florir. É a sua forma de dar continuidade à espécie.
Não fiquei triste. Confirmei o que esperava, apesar de desejar o contrário. A mesma planta já me tilha dado muitas mudas, algumas das quais estão espalhadas por amigos pelo país.
Faltou testar a utilização das sementes. Sei que é possível, mas é um processo muito demorado, mesmo para quem é paciente.
Paciente também é quem leu esta "história" até ao fim. Se este foi o seu caso e se lhe apetecer escrever um comentário, acrescente "eu li" ao seu comentário. Revivi meses do meu Aeonium ao escrever estas linhas. Já valeu a pena.
Nota: O Aeunium ainda está no vaso, sem folhas, mas está vivo. Será que em setembro vai rebentar?!!!

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Jarro - Zantedeschia aethiopica

 Mesmo as espécies mais humildes merecem uma publicação de vez em quando. Não temos uma relação muito amistosa, ando sempre a arrancar-lhe as raízes mas ele é resiliente e quer tomar sempre mais terreno. É muito difícil de erradicar.

A dona da casa parece gostar dele(ou não). Anda constantemente a cortar-lhe as flores. 🙂

Zantedeschia aethiopica é uma espécie de planta com flor pertencente à família Araceae. A espécie é amplamente utilizada como planta ornamental e para produção de flores de corte, sendo conhecida pelos nomes comuns de copo-de-leite ou jarro ou boca-de-jarro. Wikipédia







domingo, 7 de maio de 2023

Arctotis stoechadifolia

Quando recebi esta planta, há alguns anos atrás, não passava de uma ponta, com cerca de 5 cm de comprimento. Coloquei-a num vaso e não lhe dei muita atenção, nem muita esperança de vida. Mas ela surpreendeu-me! Quando deitou a primeira flor impressionou-me! Só então me interessei em saber que planta estava ali.

As suas folhas são prateadas, cobertas de pelos, grandes e recortadas. As flores são grandes, de cor vibrante. As suas hastes são longas, pesadas, que se estendem ao longo do solo. 

Só pode ser uma asterácea.

Depois de algumas buscas cheguei à conclusão de que deve ser uma Arctotis stoechadifolia. Pode apresentar muitas cores, flores grandes, cores vibrantes, cores claras, mesmo branco.

Nomes comuns: Margarida africana, arctotis, margarida aurora, arctotis prateado, margarida à direita, arctotis branco.

Origem: Nativa do sudoeste da África (ou seja, Província do Cabo na África do Sul).

Na Austrália já é invasora da orla costeira, onde forma tapetes densos que prejudicam a flora autóctone. O Site Flora-on já tem a ficha desta planta, mas ainda está em branco! É uma espécie exótica que se pode tornar problemática.

Esta espécie está em plena floração, que começou em abril e se prolonga por maio.

São muito rústicas. Embora no jardim não passem sede, estou em crer que possam ser muito resistentes à seca e adaptáveis a solos pobres e pouco profundos.

Têm resistido sem problemas aos invernos frios. É fácil de reproduzir por estacas das hastes, que chegam a ganhar raízes quando só de tocarem no solo.

Tenho pena de não ter mais nenhuma cor, é uma espécie que dá brilho a qualquer recanto.

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Parabéns Aprendiz de Jardineiro!

1.ª Publicação no Grupo

O Grupo Aprendiz de Jardineiro no Facebook está de parabéns! Faz 5 anos!
O grupo foi criado no dia 10 de abril de 2018, mas os membros só começaram a chegar mais para o meio do mês. Por esta altura já o Grupo Suculentas - Portugal, também criado por mim, somava vários milhares de membros.  A "ideia" do Aprendiz de Jardineiro é anterior ao boom do Facebook. Nasceu como um Blogue, no Blogspot em março de 2013. Eu gostava de escrever sobre as espécies silvestres e sobre as plantas que tinha em casa, que eram poucas (quase um jardim de varanda). Só em 2018, quando me encontrava a instalar num novo espaço, a que chamamos casa, aí já com mais solo para dar asas à imaginação, é que surgiu a ideia do Blogue se estender ao Facebook, uma vez que o Suculentas-Portugal se limitava às plantas suculentas.
O crescimento de uma comunidade destas não é fácil. Fácil é criar, perfis, páginas e grupos, mas faze-los "germinar" e crescer leva tempo e exige dedicação e paciência. Em junho já eramos mil, isto porque muitos membros assíduos do grupo das suculentas aderiram também ao grupo Aprendiz de Jardineiro Aqui marcamos encontro todos dias, durante estes cinco anos. É a esses membros, sempre presentes, apaixonados por plantas de todos os tipos, desde os mais sofisticados às simples plantas silvestres, passando pela horta, fruteiras, cogumelos, criação de animais, etc. que se deve este grande Grupo que é hoje o Aprendiz de Jardineiro. Podia citar nomes das pessoas que cá estão desde Abril de 2018 e alguns são bem conhecidos por todos nós.
Postagem comemorativa dos 100 membros no Grupo
Tenho aprendido muito aqui. Todos os dias aparecem novas espécies e mesmo que seja só uma fotografia é o click necessário para partir à descoberta da identificação, das suas caraterísticas e das suas necessidades. As trocas de plantas também tem sido uma constante e embora as suculentas sejam mais propícias a esse tipo de permuta, há sempre um bolbo, uma orquídea, um gerânio, uma planta aromática ou uma estaca de um arbusto que vai junto e ficamos com o nosso jardim povoado de nomes de pessoas do continente e ilhas, ou até do estrangeiro. Estas plantas têm mais valor do que aquelas que se compram nos hortos ou floristas, porque aí nunca vêm acompanhadas de chocolates, panos de cozinha, doces tradicionais ou mesmo uma ou outra garrafa de vinho.
Alguns membros mais recentes não se apercebem que não basta chegar é preciso pertencer. É que por detrás das fotografias, estão as pessoas e nós todos os dias nos damos, a quem está atento e recetivo.
O texto já vai longo e está a ficar lamechas.
Agradeço à equipa de atualmente me acompanha na administração do Grupo. Sem elas talvez o meu ânimo já tivesse estiolado. Vamos continuar a dinamizar e a manter apresentável este espaço que é público e esperamos que muitos membros estejam connosco, pelo menos por mais 5 anos. 😁

Aprendiz de Jardineiro no Facebook - Aqui

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Crassula ‘Springtime’

As flores das suculentas são muitas vezes pouco atrativas. Há mesmo casos em que as pessoas nunca as viram, de tão minúsculas e insignificantes que são. Nas Peperomia por exemplo. Há também plantas em que todo o seu esplendor está na flor. É o caso dos Lampranthus, que entraram agora em floração. Mas há também um conjunto de suculentas muito bonitas e que ficam mais bonitas ainda quando florescem. É o caso da Crassula ‘Springtime’. O nome diz tudo... é uma autentica primavera. O Género Crassula é muito extenso e variado, mas esta, é uma daquelas que vale a pena ter.
É uma planta pequena, máximo 20 cm, com folhas carnudas num caule semilenhoso. O seu crescimento é lento mas parece suportar razoavelmente o frio. Tive alguns exemplares que aguentaram o inverno sem qualquer proteção. Isto depois de ler que são muito sensíveis ao frio.
Deve ser cultivada ao sol, ou meia sombra. O exemplar da fotografia está em interior, à frente de uma vidraça onde apanha sol várias horas por dia.
A planta tem tendência para ser pendente, isso deve-se ao peso das folhas.
Pode ser propagada por divisão da touceira, por mudas em estaca, mas também por folha.
As suas flores são vistosas, formam densos cachos, cor-de-rosa pálidas e perfumadas com centro vermelho.
Esta planta não existe na natureza. É um hibrido criado a partir Crassula rupestris.

Muscari - Muscari armeniacum

Estamos habituados a ter nos nossos jardins plantas originárias dos quatro cantos do mundo, mas não deixa de ser interessante quando temos plantas autóctones, da Europa ou do Mediterrânio, como é o caso do Muscari. Temos na nossa flora autóctone dois muscari: o Muscari comosum é abundante, principalmente nas searas. Temos também o Muscari neglectum (cebolinho-de-flor-azul, nazareno), mais raro mas mais parecido com as plantas que se usam em jardim (que deve ser Muscari armeniacum).
"Descobri" esta plantinha há três ou quatro anos. Alguém me deu alguns bolbos. Comecei por achar piada às folhas, longas e pendentes, mas quando surgiram as primeiras flores fiquei encantado. Também tenho a espécie autóctone Muscari neglectum, quer no jardim, quer em vaso. É igualmente bonito mas a haste floral é mais pequena, menos vistoso e quase roxo. Produz muitas sementes e é fácil de multiplicar.
A multiplicação dos muscari é mais fácil através dos pequenos bolbos, que aumentam em quantidade a olhos vistos. Além de já ter dado bolbos a "meio mundo" já aparecem muscari por todo o lado, quase como uma praga. Estas plantas perdem a parte aérea no inverno. É a melhor altura para recolher os bolbos. Depois esqueço-me deles. Quando os encontro estão misturados com crócus, tulipas, jacintos, crocosmia, esparáxis, gladíolos, ixias, tritónia... como não é fácil distingui-los... lá vão todos para a terra e seja o que Deus quiser. Não é necessário retirar os bolbos da terra mas a cada 2/3 anos convém a arrancar e plantar os bolbos mais espaçados, para crescerem mais e darem plantas maiores.
Há algum tempo começaram a aparecer fotografias de muscari branco. Numa troca recebi alguns bolbos que trato com muito cuidado. As plantas parecem ser mais delicadas do que as suas irmãs azuis e pouco têm crescido. Neste inverno vão abandonar o pequeno vaso em que se encontram. Talvez seja por estarem muito confinados que não ficam fortes e com bolbos de maior calibre. Também existe a cor azul bebé, noutros tons de azul, e rosa, mas só os vi em fotografia.
Espécie autóctone Muscari neglectum
Esta é uma planta que floresce no início da primavera. Faz companhia às tulipas, jacintos, narcisos, etc. As suas flores minúsculas são encantadoras. Cresce bem em vaso ou no jardim, não sendo nada exigente em solo ou em rega. Está melhor ao sol, ou meia sombra. Tem tudo para ser uma planta popular, pelo menos mais do que o que é atualmente. Talvez seja porque nem os viveiros, nem as grandes superfícies a costumam vender. É demasiado singela.
Eu vou continuar a investir nesta espécie. É bonita e não dá trabalho.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Jardim todo o ano – Fevereiro


Fevereiro chegou ao fim sem a tão esperada chuva que se tem feito esperar todo o inverno. Assim, este que seria um mês de alguma transição acabou por ser seco e “quente” com reflexos nas plantas, sem sempre positivos.
Fevereiro é o mês dos bolbos. Os cantos do jardim que pareciam despidos ganham vida, um jardim todo o ano tem que ser assim, ter espécies que emprestam beleza e cor em diferentes meses do ano.
A bergénia foi uma das primeiras a enfeitar o jardim com as suas belas flores cor-de-rosa. Só tenho uma planta e pequena, não a posso deixar esticar. É uma espécie que não dá qualquer trabalho. Apenas corto as folhas velhas e ela mantêm-se viva e bonita, florescendo todos os anos.
Outra espécie que floriu bastante foram os crócus. Tinha-os espalhados por vários locais, mas tenho-os agrupado todos num pequeno quadrado de terra. Os bolbos são muito pequenos e como ando sempre a plantar facilmente os arrancava sem dar conta. É bom saber com precisão onde é que eles estão. Mesmo esse pequeno espaço que lhes pertencia já tem alguns semprevivos pelo meio. Estou a tentar mudar todos os semprevivos para o solo, mas é uma tarefa gradual. Infelizmente os melros não são meus aliados: de cada vez que eu os planto, eles vêm arranca-los. São muito persistentes e mesmo tratando-se de semprevivos, alguns não aguentam.
Os primeiros narcisos floriram, mas a floração vai arrastar-se durante o mês de março. Os primeiros a florirem são espécies autóctones que já estão ambientadas no jardim. Tenho também uma variedade de flores pequenas, que floresce sempre primeiro. Ficam muito bonitos em grupo. As prímulas também floriram.
Os amores-perfeitos (pequenos) também começaram a florir. São plantas que nascem na horta e que transplanto para vários pontos do jardim. No jardim não nascem, porque eu não revolvo a terra. Está tudo tão cheio que desde que fiz o jardim, nunca mais o pude cavar. 
Fruto do inverno atípico os lírios começaram a florir mais cedo. Parece-me que a floração vai ser mais escalonada no tempo do que o habitual, o que é bom.
Despontaram muitas tulipas. Não sei se foi a falta de chuva, mas parecem-me muito fracas. Acho que vai ser um mau ano para estas flores. No ano passado foi excecional. 
Também os jacintos floriram. São bolbos que já estão na terra há alguns anos. A maioria das hastes florais são pequenas. São das flores que mais aprecio no mês de fevereiro.
A meu maior interesse pelas orquídeas está a dar algum resultado. Tenho quatro plantas floridas, entre elas uma orquídea sapatinho. É uma estreia absoluta!

Nos arbustos é de referir a Hebe e a Grevília. São dois exemplos de plantas com flores fantásticas, de floração precoce e que atraem para o jardim muitos polinizadores. 
No decurso do mês o jardim foi-se enchendo. O aumento de horas de luz fez crescer a verdura, que não tarda vai-se revelar em flores.
Na horta sobreviveram as couves galegas, bróculos, alho-francês, acelgas e ervas aromáticas, que mesmo sem desenvolverem vão aguentando.
Animado pelos dias amenos fiz sementeira de algumas espécies. Ao longo dos últimos anos fui acumulando sementes de dezenas de espécies, hortícolas e de jardim. Algumas compradas, outras dadas, parte delas recolhidas por mim no jardim. Não as tenho utilizado. As minhas necessidades, por exemplo no que toca a hortícolas é quantidades muito pequenas. Tenho tido alguma resistência a fazer as minhas próprias sementeiras, por exemplo de cebolo, alfaces, beterraba, etc. Com meia dúzia de euros compro as plantas, em cuvetes, prontas a pôr na terra. Semeei alfaces, beterrabas e coentros.  Semeei também algumas espécies de jardim: verbenas, sempriternas e, pela primeira vez, tremoceiro. Foi complicado manter a passarada longe da terra fresca. Vamos esperar pelo resultado.

Na preparação da terra aproveitei para arrancar as raízes de levístico (planta Knorr) para as mudar de lugar. Foi no verão anterior que fiz a sementeira. Não tinha qualquer conhecimento da planta e fiquei com vários exemplares pequenos quer em vasos, quer na horta. Foi uma surpresa quendo perderam toda a parte aérea. Aproveitei esta época de pausa para transplantar as raízes para um lugar mais adequado. Foi uma experiência que não sei se resultará.
Das árvores de fruto pouco posso dizer. À exceção dos citrinos, todas foram podadas em janeiro. Apesar de não ser muito recomendado, não esteve muito frio. A primeira a florir vai ser a nectarina, que já apresenta os gomos inchados. 

Fevereiro é o mês em que começa a floração da amendoeira. Apesar de não ter amendoeiras no meu espaço elas abundam nos campos em redor, tenho mesmo algumas na minha rua. É um espetáculo! É uma das épocas mais bonitas em parte da Terra-Quente Transmontana. É uma atração turística e atrevo-me a dizer que é a maior atração turística da região. É graças à amendoeira em flor, que se escola grande parte da produção de azeite, vinho, frutos-secos, fumeiro e outras iguarias que aqui são produzidas.

Ao longo do mês de fevereiro comecei a “mexer” com as suculentas. Alguns dos vasos que estavam na churrasqueira saíram para a rua. Em algumas noites já não coloquei a manta-térmica nas plantas que estavam no exterior. Enquanto as temperaturas se mantêm no positivo não há grandes problemas para elas. Não presenciei, até ao momento, nenhuma grande geada.

Tenho dado especial atenção aos Aeonium, principalmente Grennovias e aos Orostachys. Estes últimos têm uma forma original de resistirem ao inverno. Fecham-se, vivem das suas reservas, até que as condições lhe sejam de novo favoráveis. Ao longo do mês foram “acordando” e aproveitei para fazer algumas transplantações. Também há alguns Sedum que precisam de cuidado todos os anos. É um género bastante diversificado e se há espécies que não necessitam de qualquer cuidado, outras há que precisam de substrato “fresco” quase todos os anos, ou vão definhando. O Sedum oreganum, o Sedum spathulifolium e o Sedum pachyclados são exemplos em que o sucesso depende muito da atenção que se lhe dá. Novas plantações anuais pode ser a chave do sucesso. Mas também o Sedum dasyphyllum e o Sedum hemsleyanum carecem de bastante atenção.
Março está aí e o jardim vai explodir de cor.