Vaso de suculentas a meio do mês de dezembro |
Estamos prestes a terminar dezembro e com ele o ano de 2021. É a altura de verificar a evolução na horta/jardim e de fazer um balanço ao ano.
Embora se pense o contrário, os anos nunca se repetem e cada dezembro é ele mesmo, por vezes bastante diferente do ano anterior e, certamente do seguinte.
As couves de pensa comidas pelos pardais |
As plantas gerem a sua vida com o período da luz, com a temperatura e com a humidade que recebem. O outono foi seco e frio. Só assim foi possível el comer tomates da minha horta no Natal e ainda tenho alguns para o ano novo. Esperei todo o mês pela chuva, que tardou em chegar. Só próximo do Natal caiu água digna do nome de chuva. Tinha pensado plantar os alhos, mas ainda não aconteceu.
Dezembro foi um mês de limpeza. Arranquei o resto da horta, algumas plantas ainda com flores, mas que já não tinham hipótese. Cortei tudo para a compostagem que ficou a abarrotar. Mais uma vez deitei os tomates verdes (muitos cereja) e fisális para a compostagem. Tenho a sensação de que me vou arrepender… vão nascer pela horta toda, quando espalhar o composto.
As roseiras perderem as folhas, mas ainda não foram podadas. Têm algumas rosas, parte delas bonitas e outras que apodrecem com a humidade. Atraso sempre a poda das roseiras porque não quero que elas rebentem muito cedo, por causa das geadas.
Os diospiros comidos pelos pardais |
Também ainda não podei as três videiras que tenho. Não o fiz porque tenho nabiças perto delas e não quis andar a pisá-las, mas já o devia ter feito.
No pessegueiro cortei os ramos maiores, que cresciam para o centro. Já há dois anos que quase não produz frutos. Foi atacado pela lepra. As folhas caíram todas e a árvore foi enfraquecendo. Este verão, por duas vezes, apanhei manualmente todas as suas folhas, que queimei. Embora a árvore ficasse com um aspeto deplorável, recuperou e desenvolveu muita madeira nova, o que abre boas perspetivas para o próximo ano. O pessegueiro frutifica em madeira do ano anterior. Mais tarde farei uma poda mais aprimorada.
Bolbos que retirei da terra e que plantei em dezembro |
Deixei os dióspiros na árvore, mesmo depois dela já não ter folhas. Queria que chegassem ao Natal, para fazerem de decoração, mas depois das maçãs terminarem os pardais descobriram que os frutos já estavam doces e estavam a come-los todos. Tive mesmo que os apanhar. Nesta altura tenho ainda frutos na tangerineira (já bonitos e comestíveis) e no limoeiro (que no inverno passado sofreu bastante).
As couves de penca cresceram pouco. Os pardais também as comem muito. Tenho ainda na horta, além das nabiças, alho francês, acelgas, brócolos e cenouras.
As rosas mesmo com a chuva são grandes e vistosas |
Também no jardim algumas espécies tiveram uma floração atrasada. Os crisântemos ainda estão com muitas flores. O verde ainda não abriu! Estão ainda em flor, os cravos-túnicos, as margaridas-do-cabo, os catos-do-Natal, bocas-de-lobo, calêndula, urze e algumas gazânias.
Nasceram por todo o lado gazânias, cravos-dos-poetas, esporas e amores-perfeitos. Tenho transplantado alguns amores-perfeitos, as restantes espécies vão ser arrancadas e descartadas quase na totalidade. Já tenho muitos exemplares de cravo-dos-poetas e gazânias. Das esporas deixarei alguma que nasça num local conveniente, uma vez que nascem às centenas.
Allium neapolitanum, Foi o primeiro bolbo a florir |
No início do mês comprei 20 metros de manta térmica. Depois de andar vários anos a dizer que era uma solução que não me servia, decidi fazer a experiência. As suculentas sensíveis estão em vasos, taças e floreiras. Os vasos mais pequenos passaram todo o ano dentro de caixas plásticas de fruta. Eu costumo dizer que o meu jardim de suculentas é móvel. Sempre é mais rápido mudar uma caixa com meia dúzia de vasos, do que mudar vaso a vaso. Tem as suas desvantagens: não é bonito e as plantas crescem pouco, devido ao tamanho dos vasos.
Manta térmica que protege as suculentas |
Recolhi as espécies mais sensíveis para a churrasqueira, que está fechada, com vidraças. Aqui têm sobrevivido nos últimos invernos. As que já não cabiam foram alinhadas junto a uma parede e tapadas com a manta térmica. Nas duas primeiras noites fez muito vento e a manta ficou com alguns rasgões, mas agora tem-se aguentado bem.
Suculentas protegidas pela manta térmica |
Não posso ainda dizer nada sobre a eficiência da manta térmica. Apercebi-me de duas ou três noites de geada mas foi antes do dia 15, ou seja antes de eu a instalar. É habitual haver grandes geadas entre o Natal e o Ano Novo, mas este ano ainda não me apercebi delas. O inverno passado foi o mais frio de todos, desde que me dedico à jardinagem (não chega a meia dúzia de anos).
As suculentas na churrasqueira estão muito viçosas, mas tenho sempre algumas baixas. Apodrecem com excesso de humidade. Aumentar a ventilação, diminui a temperatura. Tenho que procurar um equilíbrio.
Suculentas dentro da churrasqueira |
As plantas que estão protegidas com a manta térmica estão bem. Mesmo as mais sensíveis como os kalanchoe ainda não sofreram danos, mas é como eu digo, as temperaturas ainda não baixaram muito.
Sempre que não chove ou não há nevoeiro levanto a manta térmica para as plantas apanharem mais luz.
No que toca às suculentas, nesta altura do ano são os Aeonium que se sentem bem. Bem como quem diz… Uma coisa é gostarem de viver na costa do Alentejo ou Algarve, outra é prosperarem em Trás-os-Montes. Tenho bonitos exemplares, dos mais vulgares. Sempre que um deles está com dificuldades, corto é planto uma dezena. Como pegam com facilidade, fico com exemplares para distribuir pelos amigos.
Plantação de Greenovia |
Dentro dos Aeonium há também as Greenovia, pequenas, naturais das Canárias, são das minhas favoritas. As plantações correram em e as novas plantas estão em pleno crescimento. Algumas vão florir, paciência. A rosácea que floresce, perde-se.
Estou expectante com algumas orquídeas que vão florir. Embora goste muito de orquídeas é uma área onde tenho pouca experiência e tenho tido receio de me aventurar, mas como me deram algumas mudas, estou com mais entusiasmo.
Bolbos e sementes compradas |
Durante este mês plantei bolbos. Alguns comprados, outros que fui recolhendo nalgumas mudas de substrato que fiz. Por norma não retiro nenhum bolbo do jardim. Não tenho problemas com ratos e não apodrecem com facilidade. Os gladíolos, ornitógalos, esparáxis, muscari e os narcisos são as espécies que se multiplicam mais. As tulipas, coroas-de-rei, jacintos, anémonas e os crócus têm-se mantido bem. As dálias têm diminuído. Os ranúnculos desaparecem ao segundo ano!
Comprei novos bolbos de ranúnculos, ornitógalo (amarelo e laranja), tulipas e vários gladíolos pequenos. Foi difícil arranjar um espacinho nos canteiros, mas lá consegui.
Muitos bolbos já se mostram. Os primeiros foram os muscari, depois os ornitogálos (brancos), frésias, esparáxis, Íris. Há poucos dias surgiram os crocus, os jacintos, narcisos e tulipas. Só mesmo os gladíolos ainda não se mostram.
Artemisia absinthium também conhecida como absinto |
Há uma espécie que tenho no jardim há algum tempo e que está muito bonita nesta altura. É uma artemísia. É um arbusto, bastante vigoroso, de cor prata, com um aroma forte. Pertence à à família das Asteraceae (margaridas), mas ao contrário da maioria das suas parentes tem flores insignificantes, quase invisíveis. A artemísia também pode receber o nome de absinto (Artemisia absinthium). O seu nome em latim faz lembrar a deusa grega Ártemis e não é por acaso. Tem utilização medicinal e é usada para o fabrico da bebida absinto.
Arranjo de Natal com suculentas e primúlas |
O mês de dezembro foi também mês de arranjos de Natal. Há dois ou três anos que os faço com suculentas, mas este ano o desafio era introduzir outros tipos de plantas. Pensei nalguns arranjos mas tinha de comprar vasos com espécies pequenas para fazer os arranjos. Não as consegui encontrar. A solução voltou a ser suculentas. Estas aguentam bem um mês sem raízes. Ficam um pouco deformadas pela falta de luz em interior, mas nada se perde. Quando chegarem os Reis vão ser transplantadas para vasos e floreiras mais espaçosos.
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