sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Purple Flash Pepper


A pimenta Purple Flash tem um nome bem ilustrativo. É uma pimenta decorativa em que o principal destaque vai para a cor púrpura das suas folhas (flores e frutos). Ganhou o prémio American Garden Award em 2010.

A Purple Flash pertence à espécie Capsicum annuum. Atinge pouco mais de meio metro de altura, é tolerante à seca e deve ser cultivada ao sol. É bastante resistente ao calor. A estrutura da planta está organizada por camadas o que lhe confere um aspeto muito atraente. As folhas, além da cor púrpura, podem também apresentar branco e rosa, principalmente nos ramos mais baixos ou nas folhas mais jovens.

Tratando-se de uma pimenta com grande interesse decorativo há toda a vantagem em a plantar em vaso (15 a 20 cm), ou então no solo, mas onde fique exposta, em bordadura ou em maciços. Quem tiver interesse nas pimentas pela ardência dos seus frutos, opte por outras variedades, esta é uma planta bonita e vale por isso.

As flores são roxas, pequenas. Os frutos, redondos, brilhantes, negros/roxos e ficam vermelhos quando maduros. Têm aproximadamente 1 cm de diâmetro (os maiores) e formam-se voltados para cima.

Os frutos não têm grande interesse. Achei que têm até um sabor algo desagradável, mas talvez não estivessem bem maduros. O mesocarpo é fino e o interior está repleto de sementes brancas. Alguns sítios web não recomendam o seu consumo! 

Quanto à ardência, ela sente-se mas nada que se compare a uma malagueta. Algumas fontes classificam-na como muito forte, mas não foi o que eu senti.

Dado o tamanho e composição dos seus frutos, não encontrei utilizações culinárias específicos, mas podem ser utilizados como qualquer outra pimenta em molhos, temperos, secagem…

É das minhas plantas preferidas!!

Biquinho Red


Escolhi para hoje a pimenta Biquinho Red. Foi uma das primeiras a produzir frutos maduros e é bastante bonita. O nome já diz muito sobre as pimentas: são pequenas, < 3 cm, têm a forma de uma lágrima e cor vermelho brilhante. 

Curiosamente durante o crescimento passam do verde ao branco e só depois ao vermelho. Cheguei a pensar que me tinha enganado na variedade. Existem também a Biquinho white (branca), orange (laranja) e yellow (amarela). Isso também mostra o papel decorativo que esta pimenta pode ter, não tanto a planta em si (mesmo sendo muito boa para ter em vasos), mas sim o fruto, que pode ser usado para decorar diferentes pratos e saladas.

Não é uma pimenta para os amantes do picante, mas os frutos apresentam um sabor defumado e frutado. Em termos de ardência situa-se entre as 500 e as 1000 unidades na escala de Scoville, ou seja cerca de 50 vezes menos do que a malagueta. São frutos para serem comidos crus, cozidos, em decoração dos pratos (por exemplo, pizzas), ou também em conserva. No Brasil, país onde esta variedade é muito popular são conservados em cachaça (da cana-de-açúcar) e vinagre. Pode ser que algum "Aprendiz" do Brasil nos dê uma receita.

Em termos botânicos as Biquinho são Capsicum chinense, caraterizados não pelo ardor, mas sim pelos sabores frutados, como as Habanero. A planta pode chegar perto dos 80 cm de altura, mas são bastante compactas, adaptam-se bem em vasos. 

A produção de frutos maduros pode levar 90 dias, ou mesmo mais. Como a germinação é lenta, podendo durar 4 semanas, a sementeira deve ser feita o mais cedo possível, alguns dias antes das últimas geadas, a partir do final de janeiro. A sementeira direta não é recomendada.

Vou abrir alguns frutos maduros para retirar as sementes. Com os restantes penso fazer pickles. Gosto muito de pimentas em vinagre, mas estou à espera que os Jalapeño atinjam o ponto. Poderei fazer pickles com várias pimentas de baixa ardência.

Nota: Já depois de ter escrito o texto fiquei a saber existem também as cores salmão, roxa e preta. De algumas das cores há a variante sem e com ardência! Quanto aprendemos!

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Rocoto montúfar


Hoje vamos aprender alguma coisa sobre os Rocotos, mais propriamente sobre o Rocoto montúfar.

Como é o primeiro Rocoto que estou a investigar, convém saber algo mais sobre eles, uma vez que fogem um pouco áquilo que estamos mais habituados, ou seja os Capsicum annuum. Os rocotos são de outra espécie, chamada Capsicum pubescens. Isto muda tudo, como veremos a seguir. 

As folhas e os caules são pubescentes. Apresentam pequenos pelos (como as urtigas). As flores são grandes, roxas, nesta variedade ligeiramente inclinadas para baixo e não abrem completamente. A planta é baixa (cerca de 60 cm) e compacta. Os frutos crescem pendurados por baixo dos ramos laterais, formando-se verdes e apresentando um vermelho intenso quando maduros. 

Deve ser cultivado a meia sombra, mas o meu exemplar esteve exposto ao sol direto, desde o nascer até meio da tarde, com temperaturas a rondar os 40 graus. Penso que o facto de ser uma planta baixa e compacta lhe conferiu alguma proteção.

É originário do Equador, mais concretamente da região de Montúfar. Cresce em altitude muito acima do 1000 metros e, no seu ambiente natural, pode produzir durante vários anos, formando uma pequena árvore. Terá alguma resistência ao frio; não sei se suportará as geadas transmontanas.

É apontada como tardia, mas foi das primeiras a produzir frutos e a primeira no grupo dos Rocotos. A produção é abundante, os frutos medem até 8 cm de comprimento e são muito, muito suculentos. Tão suculentos que comecei a salivar mal abri um ao meio. Apresentam um número reduzido de sementes, quando comparados com outras pimentas. As sementes são negras (outro aspeto bem diferenciador dos Rocotos). Pelo que li, a germinação não é das mais difíceis.

Estarão a pensar - Deve arder nas horas! Sou suspeito, mas já comi os primeiros, ao natural, sem nenhum tratamento. As fontes online não são uniformes na indicação da ardência desta variedade. Dão-lhe um nível 9 ou 10 em 10, e usando a escala de Wilbur Scoville o leque vai de 30 mil a 800 mil SHU (unidades Scoville). Acho que se deve esperar um considerável teor de ardência, acompanhado de uma polpa grossa, sumarenta, aromática com sabor a cereja.

Estou um pouco indeciso sobre a forma de usar estes frutos. Para os mais atrevidos na cozinha devem procurar saber sobre Rocoto relleno (#RocotoRelleno), prato originário do Perú, à base de Rocotos. Parece-me demais para os meus dotes culinários. Podem também ser usados para fazer molhos, chutney, ketchups, flocos,... 

Para aproveitar a sua suculência podem ser utilizados em cru, nas saladas, ou para fazer refogados com carne. Parece-me um desperdício secar os frutos.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Pimentas e pimentos

 Conjunto de pimentas e pimentos colhidos na horta. Os pimentos doces foram comprados no ano passado no Lidl (Mini Pimentos Mix). Guardei as sementes que este ano semeei.

Os pimentos Padrón, supostamente têm alguma ardência quando estão maduros. Deixei-os amadurar bem, para recolher as sementes.

O Rocoto Montúfar é bastante suculento
É impressionante o tamanho da pimenta Candy Cane Chocolate, quando comparada com as restantes, mesmo com os pimentos.

Candy Cane Chocolate Cherry

A pimenta de hoje tem o nome de Candy Cane Chocolate Cherry. Com este nome, já estamos a ver, é algo bonito e doce. Continuando na senda das pimentas com forte cariz decorativo, esta pimenta está no top desta categoria, quer pela planta, quer pelos frutos.

As pimentas Candy Cane Chocolate foram criadas pela PanAmerican Seed, em 2021, recebendo o nome da bengala doce branca com riscas vermelhas, talvez devido às caraterísticas da cor do fruto. Depois da Red, apareceu a Chocolate, de acordo com a cor que os frutos maduros apresentam.

Trata-se de uma variedade do Capsicum annuum, apresentando flores brancas, com alguma dimensão, muito semelhantes às do pimento doce.

A planta tem um forte cariz decorativos. As folhas são variegadas de branco ou verde claro. Quem não esteja à espera pode pensar que a planta está doente! Com estas caraterísticas é uma ótima pimenta para plantar em vaso, num local onde seja visível, para aproveitar a beleza da planta e a beleza dos frutos que vão surgir.

A planta deve estar ao sol e pode atingir uma média de 60 cm. O meu exemplar é bastante mais alto, mas isso pode dever-se a ter outras pimentas dos lados, que a obrigaram a ir à procura de mais luz.

Dado o tamanho considerável dos frutos, inferior a um pimento "normal" mas muito maior quando comparado com a maioria das pimentas, não é de esperar uma grande quantidade de flores, como acontece com muitas variedades de pimentas. São necessários 70 a 80 dias para colher os frutos. Estes são, desde o seu começo, muitos bonitos. São verdes variegados de branco, chamando imediatamente à atenção. Levam o seu tempo para crescerem e começarem a ganhar cor, mas quando completamente maduros são espetaculares: apresentam um colorido de chocolate com riscas de vermelho cereja. A epicarpo é liso e brilhante. Ao contrário de outras pimentas que vão ganhando ardência à medida que vão amadurecendo, esta pimenta vai ganhando... doçura! Os frutos podem ser consumidos em qualquer altura da maturação, mas é quando eles estão completamente maduros que são mais doces, suculentos e crocantes.

E a ardência? Pois... é zero. É um pimento doce, mas não é doce por ausência de ardência, eu acho que é mesmo doce. E a juntar a esse adocicado, uma polpa muito colorida, sumarenta e crocante. Já estamos a ver que são ótimos para comer em cru.

A utilização depende da criatividade, mas as possibilidades são muitas. Como são "grandes", permitem que sejam recheadas com queijos e/ou carne picada . Podem ser fatiadas, cortadas em tiras, servidas em tacos, homus, enroladas com bacon, fritas, assadas, colocadas em camada sobre as torradas ou usadas em refogados. Também podem ser conservadas em conserva como um condimento picante ou assadas e preservadas em óleo para armazenamento prolongado.

Resta acrescentar que produzem um número considerável de sementes. A taxa de germinação ronda os 70%.

É das poucas pimentas que já apresentou alguma podridão nos frutos, parece-me, por isso, mais sensível.


domingo, 15 de setembro de 2024

Taça com suculentas

Mais um que já foi atualizado. Fotografia do antes e depois. O espaço é pouco e as espécies não podem desenvolver muito. Passou o verão ao sol intenso duas ou três plantas morreram. 

Aqui tenho um dos meus bebés que nunca mais cresce: Echeveria minima. É tão mínima que parece ter encolhido desde o dia em que chegou. Não sei o que lhe fazer para que cresça.

O outono está aí

Aeonium 'Floresens‘ ao centro

As suculentas adoram o outono. Eu sei que o outono ainda não chegou, mas as plantas não precisam de calendário e já dão mostras de mudança.

Como é que as suculentas suportam o calor e a secura intensas? Adotando formas de resistência, alterando o seu metabolismo para fazer face às condições adversas. Por isso, frequentemente, morrem por serem regadas. Estão preparadas para viverem com pouco e a abundancia mata-as. 

Quando chegam os dias curtos e as noites frescas, as plantas não necessitam de calendário para mudarem as suas vidas. E, se muitas delas vão perder as folhas e entrarem em dormência, outas vão deixar o estado de luta pela sobrevivência, para se darem ao luxo de crescerem, brilharem, ganharem novas cores. Claro que quando as temperaturas descerem muito vão entrar de novo em stresse, mas, até lá, vão ficar bonitas e a mudança já começou.

Um dos géneros onde se nota maior mudança nesta altura é nos Aeonium. Regressam à vida de dia para dia. É uma boa altura para fazer mudas e aumentar a coleção.

Kalanchoe "Pink Butterfly"

 O Kalanchoe daigremontiana é uma das mais desprezadas suculentas das que conheço. O nome mãe-de-mil diz qual é a sua caraterística mais marcante, reproduz-se aos "milhares" invadindo o solo e os vasos que não lhe estavam destinados. 

Nunca tive problemas com ela, até porque aqui gea bastante, e os Kalanchoe são todos muito sensíveis ao frio. Esta caraterística é própria do Género, embora nem todos se propaguem com a mesma facilidade.

Mas bastou ganhar alguma tonalidade rosa para virar "coisa fina" e ser desejada por todos. Estou a falar do Kalanchoe "Pink Butterfly" (nas fotografias).

Já tive algumas mudas por diversas vezes, mas sobreviveu durante pouco tempo! É que este não tem a mesma resistência e capacidade de invasão como o seu primo "vulgar". 

Desta vez tenho uma planta maior e pode ser que ela se estabeleça de vez no meu jardim.

sábado, 14 de setembro de 2024

Scilla autumnalis

 Não posso deixar de partilhar convosco mais um sinal de que o outono está a chegar. Já floriu no meu jardim a Scilla autumnalis, ou cila-do-outono. Pequena espécie autóctone em Portugal, que lança primeiro a haste floral, antes de mostrar as folhas. Existe em Portugal inteiro, com principal incidência no Algarve. 

É tão pequena que se não estivermos atentos não damos por ela.

NuMex Twilight


Hoje temos a NuMex Twilight. Não sei se será bem à sorte, porque é sabido o meu interesse pelo aspeto decorativo das pimentas, mas também coincidiu serem mais precoces na frutificação, o que faz com que já seja possível acompanhar todo o desenvolvimento.

A NuMex Twilight foi criada na New Mexico State University e é um híbrido da pimenta ornamental tailandesa, mas com menos ardência e mais beleza. Dai o nome NuMex. De onde lhe vem o Twilight
Pois da beleza. 🙂 O crepúsculo é um momento de rara beleza. Assim, esta pimenta tem um grande interesse decorativo, mas, mesmo assim, o grau de ardência é bastante superior ao da Scarlett Variegated.

É da espécie Capiscum annuum, os seus frutos são pequeno, com aproximadamente 2,5 cm a amadurecem do roxo para o vermelho, passando por amarelo e laranja. Os frutos do meu exemplar não nasceram completamente roxos. A posição dos frutos contribui também para a sua beleza, uma vez que ficam espetados, virados para cima, sobre a planta.

São-lhe apontadas 30 mil unidades de ardência da escala de Scoville, bastante abaixo da tradicional malagueta, mas o suficiente para se fazerem sentir. É-lhe também apontado um ligeiro sabor amargo e salgado. Eu gostei, comi um fruto cortado em pedacinhos, sem qualquer problema.

A planta não cresce muito, é bastante produtiva e pode ser cultivada em vaso sem qualquer problema. Foi das mais precoces a florir, quando comparada com as cerca de 40 variedades com quem partilha o espaço. A taxa de germinação é elevada.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Scarlett Variegated

 A Scarlett Variegated é daquelas pimentas que devem ser plantadas em vaso. Isto porque, independentemente do ardor dos seus frutos, é uma planta muito bela, com frutos ou sem eles. 

Originária das Austrália é resultado do cruzamento de Purple Tiger com Jalapeño. Trata-se de uma Capsicum annuum de folhas variegadas de verde, creme e roxo. As suas flores são vistosas, das mais bonitas que já vi! 

Os seus frutos são inicialmente roxos, muito escuros, próximo do negro. Estive sempre curioso para ver como seriam em maduros. 

Primeiro ganham a cor verde e só depois começar a adquirir a cor final, vermelha (scarlett). Vi nalgumas fotografias que os frutos também devem apresentar várias cores (variegados), mas não foi muito evidente nesta minha planta. 

Talvez por que frutos que amadureceram estarem no centro da planta, não acompanhei a evolução, mas vou estar atento. Possuo dois pés, um em vaso outro no chão. 


O que está em vaso cresceu mais e produziu frutos mais cedo. Pode atingir um pouco mais de meio metro de altura e entra em produção bastante cedo. Ajusta-se a qualquer clima.

A primeira pimenta tem uma forma um pouco invulgar e  fora do que se pretende nesta espécie. Isto acontece com alguma frequência com o primeiro fruto que nasce no seguimento do caule, acima da bifurcação. Parece mesmo uma maçã.

Deixei amadurecer bem os primeiros frutos para recolher a semente. São muito aromáticos, mas de ardência... não senti nada. Faço um teste cortando um pedaço do fruto perto da ponta e depois outro perto do pé, apanhando a placenta. Não senti nenhum ardor, pelo que comi os frutos na salada, sem nenhum problema. É apontada uma ardência de 5 mil a 15 mil unidades, ficando muito longe da malagueta com 50 mil.